Galeria da Literatura
Alberto Lacet
Nascimento:
Morte:
Alberto Lacet fez a primeira exposição em 1975. De lá, até hoje cem compondo expressivo currículo de participação em eventos de Arte por vários cantos do país e alguns fora dele. Há alguns anos começou a publicar textos literários em revistas eletrônicas e blogs literários.O Verniz dos Santos Policromados
Ao construir para o seu primeiro romance uma mini-Macondo com uma mercearia e muitas vozes em torno, AL faz muito mais do andar pelo trilho gasto da escola literária que, desde os anos de 1930 em diante, nos aferrolhou num beco quase sem saída. Escritores nordestinos que não se sentem “nordestinados”, entretanto, encontram meio de escapar da sina, e aqui está um exemplo operado por olho de pintor e ouvido – bom – de leitor e também de observador da vida. Seria de se esperar isso mesmo, aliás, do Lacet plantando este “broto” com frescor da linguagem a expandir (e não encurtar) um cenário excelentemente pintado com palavras. Ninguém se engane: aqui está um romancista estreando já maduro na arte de prender o leitor, da primeira a ultima página, com as fabulações humanas que extrapolam de regiões, micros-climas e chuvas & trovoadas entre o verniz e a cinza dos santos policromados. Compre aqui o livro.
"A dificuldade que tinham para uma justa avaliação dos fatos ficou mais uma vez evidente quando aquele menino de origem quilombola ascendeu finalmente a uma posição de destaque. Haviam se tornado uma comunidade, em sua maioria órfã dos antigos luminares, já que, há quase meio século uma guerra varrera a nascente indústria da Poesia e do Folheto, provocando a dispersão dos mestres cordelistas e cantadores de viola, duas expressões de cultura, que, tomando por base a literatura de almanaques (bibliothéque bleu), tinham feito mais pela elevação dos níveis educacionais que o conjunto de ações do Estado. Ao tomarem a si, em primeira mão, a triagem e propagação dos fatos da realidade, aqueles antigos Folhetinistas, Editores de Almanaques, Conselheiros e Cantadores detinham o monopólio dos juízos. A par disso, uma estranha praga começa a atacar a cultura do algodão que tinha sido até ali a base material daquela sociedade agrária. Os ditados de aldeia são o único vestígio restante de antiga curiosidade pelas possibilidades da língua e por maiores alcances cognitivos, hábitos por ora sucumbidos sob uma capa de preconceitos e superstições."
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Pinturas
Crianças e índios iluminados, seres e bichos em monges transfigurados, figuras aladas assoalhando o mundo, cores vazadas trespassando o tempo. são rostos distorcidos e definidos por rica visualidade que assinala imensidade e harmonia. A seleção cromática de tosfortes expõe em silêncio os precisos e preciosos traços rabiscados pelo artista. Triunfa um oásis no deserto de lilases: é impossível não reter o mergulho das cores entre as nuances imaginárias e a essência do olhar. Compre aqui o livro.